20/05/2013
O apoio foi manifestado após anúncio realizado pelo Governo Federal Brasileiro de trazer 6.000 médicos cubanos para trabalharem no Brasil.
As entidades médicas profissionais de nove países –Argentina, Bolívia, Costa Rica, Espanha,
Paraguai, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela - aprovaram moção de apoio condenando qualquer iniciativa governamental
que permita a portadores de diplomas de Medicina obtidos em escolas estrangeiras a possibilidade de exercer a profissão
em território nacional sem a devida revalidação de títulos. A decisão foi aprovada durante
o VI Fórum Iberoamericano de Entidades Médicas, ocorrido em Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel-Açores.
O apoio foi manifestado após anúncio realizado pelo Governo Federal Brasileiro, em 6 de maio, de “importar”
6.000 médicos cubanos para trabalharem no Brasil. Segundo o documento das entidades, além de desrespeitar a
lei, esta flexibilização de critérios “põe a qualidade da assistência à população
em situação de risco e não garante a ampliação definitiva de acesso ao atendimento nas
áreas de difícil provimento”.
A opinião é compartilhada pelo Conselho Federal de
Medicina (CFM) e as entidades médicas brasileiras. Para o CFM, a medida fere a autonomia nacional, desrespeita a legislação
que regula o ingresso de médicos no país, coloca em risco a qualidade da assistência oferecida à
população e não resolve de forma definitiva o atendimento em saúde das áreas de difícil
provimento no interior e nas periferias dos grandes centros.
Nesta semana (16/5), o CFM ingressou, na Procuradoria
Geral da República (PGR), com uma representação contra os ministros da Saúde, Educação
e Relações Exteriores – respectivamente, Alexandre Padilha, Aloízio Mercadante e Antônio
Patriota. A entidade quer esclarecimentos sobre supostos projetos e acordos.
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MOÇÃO DE APOIO AOS MÉDICOS BRASILEIROS
Os representantes das nações reunidas durante o VI Fórum
Iberoamericano de Entidades Médicas, ocorrido em Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel-Açores, expressam
seu apoio aos 400 mil médicos brasileiros e condenam veemente qualquer iniciativa governamental que permita a portadores
de diplomas de Medicina obtidos em escolas estrangeiras a possibilidade de exercer a profissão em território
nacional sem a devida revalidação de seus títulos, regra legal que deve ser preservada em defesa da ética
e da segurança dos pacientes.
Além de desrespeitar a lei, esta flexibilização de critérios
de acesso de portadores de diplomas médicos obtidos em outros países põe a qualidade da assistência
à população em situação de risco e não garante a ampliação definitiva
de acesso ao atendimento nas áreas de difícil provimento.
No caso brasileiro, defende-se a manutenção
do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), cuja criação tem assegurado
a avaliação dos candidatos formados no exterior com critérios justos e eficazes para medir sua competência
e capacidade de responder às demandas.
Por outro lado, como defensores da valorização da Medicina
– de forma ampla – os participantes do VI FIEM igualmente se solidarizam com os médicos brasileiros em
seu pleito junto aos governantes pela adoção de medidas que assegurem aos médicos condições
de trabalho.
Assim, os participantes do FIEM concordam com a proposta defendida pelas entidades médicas brasileiras,
já em discussão, que prevê a criação de uma carreira de Estado para o médico do Sistema
Único de Saúde (SUS) - com ênfase na atenção primária (com a previsão de infraestrutura
e de reconhecimento profissional) -, a qual asseguraria a presença de médicos nas áreas distantes e nas
periferias dos grandes centros.
Ponta Delgada, São Miguel – Açores, Portugal; 10 de maio de
2013.
Confederación Médica de la República Argentina
Colegio
de Médicos Distrito IV (Argentina)
Colegio Médico de Bolivia
Conselho
Federal de Medicina (Brasil)
Federação Nacional dos Médicos (Brasil)
Associação
Médica Brasileira
Colegio de Médicos y Cirujanos (Costa Rica)
Organización
Médica Colegial (España)
Círculo Paraguayo de Médicos
Ordem
dos Médicos de Portugal
Colegio Médico del Perú
Sindicato Médico
del Uruguay
Federación Médica Venezolana
Fonte: CFM