No Brasil, o médico é o profissional em quem a população mais confia, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha
No Brasil, o médico é o profissional em quem a população mais confia, segundo pesquisa realizada
pelo Instituto Datafolha, a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), divulgada nesta quarta-feira (23), em Brasília.
Essa é a percepção de 26% dos brasileiros, que, em segundo lugar, colocam o professor (24% das menções)
e o bombeiro (15%). No extremo oposto, aparecem os políticos (0,3%).
Para o presidente do CFM, Carlos Vital, os resultados revelam que a população “reconhece o mérito
na rotina da prática médica, visualiza a perícia, a diligência, a prudência, a humildade
e a compaixão nos esforços profissionais dispendidos”. Segundo ele, “apesar dos aviltamentos, das
difamações da categoria médica e das deserções dos postulados morais por parte de poucos
médicos, a população ainda preserva a outorga de crédito à imensa maioria da classe”.
O levantamento coloca ainda a medicina e a educação (escolas) como a instituição ou profissão
com maior credibilidade junto aos brasileiros, ambas com 19% de citações. Na segunda posição,
aparece o Corpo de Bombeiros, com 15%. O Congresso Nacional mereceu apenas 0,3% das menções. O questionário
foi aplicado com 2.089 pessoas entre 31 de agosto a 3 de setembro, em todas as regiões do País, em áreas
metropolitanas e no interior.
De acordo com as regiões, o médico conta com mais credibilidade e confiança junto às populações
do Nordeste e do Sudeste, que apresentam índices de 31% e de 27%, respectivamente. Quando o dado é analisado
em função de faixa etária, constata-se que o desempenho positivo dos médicos é melhor junto
aos que têm mais de 60 anos confiam mais nos médicos (31%), entre as mulheres (27%), nos municípios do
interior do país (29%) e entre os portadores de ensino fundamental (31%).
Ao mesmo tempo em que confia nos médicos, a população reconhece que esses profissionais têm
sua atuação prejudicada devido à falta de condições estruturais. Para 94% dos entrevistados,
a qualidade do trabalho do médico é afetada por problemas, como as precárias condições
de trabalho (41%), pelos baixos salários e pela corrupção na área de saúde (33%, cada uma)
e pela má gestão da saúde pública (28%).
Também foram apontados como fatores que impedem o pleno exercício da medicina: a falta de acesso a exames
e tratamentos de complexidade (25%); a falta de fiscalização (24%), de clínicas e de hospitais; e a ausência
de leitos para internação no SUS, entre outros problemas. As condições de trabalho foram apontadas
como apontadas como os principais problemas para os moradores do Norte e Centro Oeste, de regiões metropolitanas, mulheres,
entre 25 a 34 anos e com nível superior.
Os baixos salários foram indicados como principais problemas para os moradores da região sudeste, das regiões
metropolitanas, do sexo masculino, com mais de 60 anos e com nível fundamental. Já a corrupção
na área da saúde foi percebida como um principal problema pelos homens moradores de regiões metropolitanas
do Norte e Centro Oeste, com idade de 16 a 44 anos e com nível superior.
Fonte: CFM