25/06/2013
Entidade acredita que a intenção anunciada de priorizar e valorizar o médico brasileiro no preenchimento dos vazios assistenciais é o caminho seguro para a interiorização da assistência
O Conselho Federal de Medicina (CFM) acredita que a intenção anunciada - de priorizar e valorizar o médico brasileiro - no preenchimento dos vazios assistenciais é o caminho seguro para a interiorização da assistência. No entanto, vê com cautela, "em função de vários compromissos assumidos pelo Governo para implementar melhorias em saúde e que nunca foram cumpridos". A opinião está em nota divulgada pela entidade nesta segunda-feira (24) logo após a reunião da presidente Dilma Rousseff com governadores e prefeitos.
A entidade ressalta que o êxito da iniciativa dependerá do aperfeiçoamento imediato das condições
de atendimento oferecidas à população. De acordo com o CFM, caso os vazios assistenciais não sejam
preenchidos, médicos estrangeiros poderão ser contratados, desde que estes passem pelo exame de validação
de diplomas médicos e por testes de proficiência de língua.
Confira
a íntegra do documento:
POSIÇÃO DO CFM SOBRE MEDIDAS DO GOVERNO
Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff deve
ser visto com cautela, em função de vários compromissos assumidos pelo Governo para implementar melhorias
em saúde e que nunca foram cumpridos.
Em linhas gerais, o CFM concorda com a necessidade de retomada de investimentos
na área da saúde, condição exigida para melhorar a infraestrutura de atendimento. A entidade acredita
que sem o aporte de recursos e uma gestão competente não será possível superar o caos na assistência.
Sobre a contratação de médicos, o Conselho Federal de Medicina acredita que a solução
encontrada – a de priorizar e valorizar o profissional brasileiro neste processo – é um caminho seguro.
No entanto, a entidade ressalta: o êxito da iniciativa dependerá do aperfeiçoamento imediato das condições
de atendimento oferecidas à população.
Para o CFM, a convocação de médicos
brasileiros - por meio de concurso público, com oferta de condições de trabalho e com remuneração
compatível com a responsabilidade assumida – terá o apoio na categoria. Enquanto isso, deverá ser
construída uma carreira de Estado no SUS para médicos e outros profissionais da saúde, conforme já
proposto pelo CFM.
Com o atendimento dessas condições, caso os vazios assistenciais não sejam
preenchidos, o Governo poderá importar médicos, desde que os interessados sejam aprovados pelo exame de validação
de diplomas médicos – o Revalida – preparado pelo Ministério da Educação e em testes
de proficiência de língua.
Contudo, a entidade ressalta que é importante que os critérios
do atual Revalida sejam mantidos - sem calibragens ou ajustes, conforme sugerido anteriormente por setores do Governo.
Com respeito à abertura de novas vagas de residência, o CFM considera medida importante, mas alerta para
que seja observado o seguinte aspecto: os hospitais que oferecerem essas vagas deverão ter estrutura e preceptores
em condições de garantir bom atendimento aos pacientes e a boa formação dos especialistas.
Independentemente do anúncio de hoje, o CFM e as entidades médicas nacionais e regionais mantém reunião
das lideranças na próxima quarta-feira, 26, em São Paulo, onde avaliarão as medidas e decidirão
possíveis desdobramentos. Inclusive, o indicativo de paralisação da categoria será colocada em
votação.
Fonte: CFM