2021
n. 39 (2021): Nascer
Com a temática “NASCER”, fechamos a trilogia inaugurada na edição 37. Aqui, a terceira parte da clássica obra de Sandro Botticelli, O NASCIMENTO DE VÊNUS (ou Nascita di Venere, no título original). Flora é uma das ninfas Horas, que representam as deusas das estações. Ela, a Deusa Primavera, está à espera de Vênus – direcionada pelo sopro de Zéfiro, a quem a brisa Aura está entrelaçada – para cobri-la e protegê-la com um manto florido. A Hora traz em torno da cintura ramo de rosas e, nos ombros, usa elegante guirlanda de mirta verde, símbolo do amor eterno. Traz o significado da renovação e tudo aquilo que floresce durante a primavera. Fecundidade. O florir da vida. O porto seguro, as gerações precedentes, a experiência, os desafios.
2017
n. 36 (2017): Gratidão
Conjugação de genialidades das letras e das plásticas. Dante e Dalí, separados em vida por uns sete séculos e cada qual em sua arte, prospectam na obscuridade algum raio de luz à finalidade de existência humana. No poema, a visão amedrontadora do inferno e a esperança de vida infinita, sob novo céu e estrelas após expurgados os nossos diferentes pecados e impingindo o sofrimento devido aos condenados. Em sua obra, Dalí é cirúrgico ao colocar Dante como único humano nas arcadas onde penam almas e a exaltar toda imensidão da dúvida sobre o viver. O manto do mistério ali predomina. Provocadores que foram, invocam os sentidos de gratidão e justiça como antídotos à soberba, à vanglória e à vaidade. A pintura de Dalí, da centúria que produziu inspirado em A Divina Comédia, tem aqui o propósito de reverência ao mentor da revista Iátrico, Dr. João Manuel. Ele tinha especial apreço ao quadro (Inferno 10 - Farinata ou Hereges), que ocupava lugar de destaque em sua casa. A leitura que fazia da obra era "acolhimento", substantivo maior na conduta do médico.
2015
n. 35 (2015): A arte de ensinar
Professor exerce profissão humilde. Planta em terreno desconhecido as melhores sementes que seleciona. Se medrarão, ignora; se se desenvolverão com útil produtividade, a si não caberá a colheita. Tampouco sabe-lo-á. Mas sabe que cumpre missão essencial. E que a falta do resultado final é a condição para continuar oferecendo o melhor de si, no sentido do esclarecimento e da iluminação. Essa é a arte do semeador, uma arte sem arte porque não se aprende, se desprende, desprovida de completude e vivida no talento e no esforço de desiguais. Ensinar é esclarecer, treinar habilidades, invocar atitudes. É incutir possibilidades dentro do outro. A capa, nos traços do chargista Paixão, sintetiza o sentido de arte e prazer no ensinar.
Na homenagem à memória do editor e mentor da revista IÁTRICO, a extensão a todos os que se dedicam a ensinar, seja com a sua arte, seja com seus exemplos. Na capa do artista Ademir Paixão, João Manuel, sábio e valente guerreiro pela vida, registra na lousa a sua mensagem.
2014
n. 33 (2014)
PROFISSÃO DE FÉ
A capa sugere prece e catedral. Indissociáveis na fé. A fé é inoperante sem obra. A catedral cataliza a grandeza e a paz do céu perante os pecadores desejosos de remissão. Ambas, associam o eterno da pequenez humana em sua ânsia de alcançar a luz do sonho e da serenidade. E da recompensa. Já nós, médicos, as sintetizamos na certeza de uma profissão cuja obra é nobre no afã de auxiliar no silêncio dos órgãos, sinônimo de saúde. Essa a nossa grandeza, material e espiritual, em que a ciência é a catedral e a arte um salto de compaixão. Irmanadas no desejo do sentido, que a vida tenta iludir e nossa vivacidade procura descobrir. Construções e concepções simbolizadas nas mãos de Rodin.
2013
n. 32 (2013)
2012
n. 31 (2012)
n. 30 (2012)
TUDO SE TRANSFORMA...
Este é um IÁTRICO impressionista. Recriação do mesmo, soberano à sua autenticidade. Como Monet e Pino Daeni.
2011
n. 29 (2011)
As capas do IÁTRICO não vão tão longe, buscam apenas um olhar, significante. Mas, para a desta edição, não basta um momento. Exige concentração, devotamento, perspicácia na busca da evolução da vida. Do reino vegetal ao animal, é mais do que evolução biológica, é também signo. As formas gerando ideias. E esse amalgma só é possível quando o artista é ímpar, quando beira a genialidade. A artista portuguesa Gracinda Marques, a nosso pedido, para a chamada de capa Como e por que ler, conseguiu essa síntese que só um gênio maior pode produzir. E, nós, contemplativos, agradecemos.
ISSN: 2237-9762