Decisão é da Justiça Comum de Brasília (DF), que considera ilegal pedido de exames; precedente é importante para ser observado
pelas vigilâncias sanitárias
É ato ilegal o pedido de exames, consultas e prescrição
de lentes por optometristas. É o que estabelece decisão da 21ª Vara Cível da Justiça Comum de Brasília, publicada em 30 de
outubro, que determinou que optometristas que atuam no Distrito Federal se abstenham da prática de atos privativos de médicos
oftalmologistas. Na ação promovida pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), foi demonstrado casos de vários profissionais
que estavam atuando de forma ilegal na capital federal.
Com a decisão liminar da Justiça, exarada no processo nº
0732018-34.2018.8.07.0001 – 21, os optometristas permanecem proibidos de atuar no Distrito Federal. “Os documentos apresentados
pelas entidades médicas confirmam informações de que os profissionais estariam excedendo suas atribuições ao realizar exames,
consultas e prescrever lentes, o que é vedado pela legislação que se aplica ao profissional optometrista”, pontuou o juiz
Hilmar Castelo Branco Raposo Filho.
O magistrado
também determinou, sob pena de multa, a retirada imediata do material publicitário exposto nos meios de comunicação e redes
sociais utilizados para a divulgação de realização de exames de vistas ou adaptação de lentes de contato.
A decisão mostra o acerto da estratégia montada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) de, a partir de um grupo
de trabalho formado por advogados do sistema conselhal e das sociedades médicas, atuar em todas as frentes jurídicas na defesa
do ato médico. Com isso, a classe médica tem obtido vitórias contra outras categorias de profissionais da saúde que tentam
invadir as competências exclusivas dos médicos.
Para o responsável pela Coordenação Jurídica do CFM, advogado
Alejandro Bullon, essa liminar é um importante precedente a ser observado pelas vigilâncias sanitárias no momento das fiscalizações
relacionadas à optometria, pois os “profissionais que praticam ilícitos penais e colocam em sério risco a saúde da população
como um todo”.