Juramento de Hipócrates
O Juramento de Hipócrates é um ato solene e tradicional efetuado pelos médicos quando do término de sua formação acadêmica.
Acredita-se que ele tenha sido escrito por Hipócrates – considerado como o pai da medicina ocidental – ou por um de seus alunos.
O juramento original foi escrito em grego jônico (no século V a.C.) e sofreu modificações com o transcorrer do tempo.
De forma original existe a versão escrita em Lausane no ano de 1771, e outra ratificada em 1948, quando da Declaração de Genebra,
Suíça. Foi revista pela 22ª Assembleia da Associação Médica Mundial, em agosto de 1968, e depois pela 35ª Assembleia, realizada
em outubro de 1983 em Veneza Itália, e pela 46ª Assembleia, em setembro de 1994, em Estocolmo, Suécia.
Revisão
editorial veio em maio de 2005, na 170ª Sessão do Conselho, em Divonne-les-Bains, França, e na 173ª Seção do Conselho, novamente
na mesma cidade francesa, em maio de 2006. A revisão atual foi determinada na 68ª Assembleia, realizada em Chicago, EUA, em
outubro de 2017.
COMPROMISSO DO MÉDICO (Versão de outubro de
2017, da Associação Médica Mundial)
Como membro da profissão médica:
» EU PROMETO SOLENEMENTE
consagrar minha vida ao serviço da humanidade;
» A SAÚDE E O BEM-ESTAR DE MEU PACIENTE serão as minhas primeiras
preocupações;
» RESPEITAREI a autonomia e a dignidade do meu paciente;
» GUARDAREI o máximo respeito
pela vida humana;
» NÃO PERMITIREI que considerações sobre idade, doença ou deficiência, crença religiosa, origem étnica, sexo, nacionalidade,
filiação política, raça, orientação sexual, estatuto social ou qualquer outro fator se interponham entre o meu dever e meu
paciente;
» RESPEITAREI os segredos que me forem confiados, mesmo após a morte do paciente;
» EXERCEREI
a minha profissão com consciência e dignidade e de acordo com as boas práticas médicas;
» FOMENTAREI a honra e
as nobres tradições da profissão médica;
» GUARDAREI respeito e gratidão aos meus mestres, colegas e alunos pelo
que lhes é devido;
» PARTILHAREI os meus conhecimentos médicos em benefício dos pacientes e da melhoria dos cuidados
da saúde;
» CUIDAREI da minha saúde, bem-estar e capacidades para prestar cuidados da maior qualidade; e
» NÃO USAREI os meus conhecimentos médicos para violar direitos humanos e liberdades civis, mesmo sob ameaça.
FAÇO
ESTAS PROMESSAS solenemente, livremente e sob palavra de honra.
* * *
O juramento original
"Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue:
Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.
A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."